A Revelação de Deus – Parte I – Revelação Geral

out 11, 2010 by

A Revelação de Deus – Parte I – Revelação Geral

Por Marcio S. da Rocha.

 “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mateus 11:27-b)

A Bíblia diz que para conhecermos a Deus, é necessário que ele mesmo se revele a nós. Este tipo de conhecimento não se encontra por sabedoria ou esforço humanos “O mundo não o conheceu (a Deus) pela sua própria sabedoria” 1 (Cor. 1:21).

É necessário que Deus se revele ao homem, porque este, em seu estado natural, é pecador e encontra-se sem acesso à pessoa de Deus (Romanos 3:10, 23). Depois do pecado original, o homem ficou perdido, desorientado, no que se refere a como encontrar a Deus e gozar de sua presença. A menos que Deus tome a iniciativa de se revelar a nós, somos completamente incapazes de conhecê-lo, quer seja no sentido de saber corretamente algo a seu respeito, como de conhecê-lo e de se relacionar com ele pessoalmente. As muitas idéias sobre Deus desenvolvidas pelas diversas religiões (mitologia grega, hinduísmo etc.), e pela Filosofia atestam essa desorientação ou “perdição”.

Deus, então, por amor, decidiu se revelar à humanidade. Ele o fez de cinco modos, classificados teologicamente em duas categorias: a Revelação Geral e a Revelação Especial.

A Revelação Geral consiste na manifestação de Deus por meio da natureza e da consciência humana inata. A Revelação Especial consiste na revelação de Deus pela Teofania (manifestação visível de Deus), pelas Escrituras Sagradas (Bíblia) e pela encarnação de Deus, na pessoa de Jesus Cristo.

Uma palavra a mais precisa ser dita acerca da doutrina da Revelação de Deus. É que Ele não nos revelou absolutamente tudo sobre si, mas, revelou apenas o suficiente para que creiamos nele, o conheçamos pessoalmente, e nos relacionemos com Ele em amor.

Deus Se Revelou Por Meio da Natureza (Slms. 19:1-4; Rom. 1:19-20)

A Bíblia nos diz que a natureza (as coisas criadas) é uma evidência do poder e da glória de Deus.

Além disso, Paulo nos diz em Romanos 1:20 que a manifestação de Deus na natureza torna a humanidade indesculpável quanto a saber que Deus existe. Todos sabem que Ele existe por causa da natureza. Em todas as sociedades humanas que existem e que já existiram há traços de reconhecimento de um criador. Mesmo em sociedades que desenvolveram o conceito de vários deuses (politeísmo), há evidências da crença em um Deus acima dos outros: um ser supremo, um Deus criador. E esta crença se estabeleceu a partir da observação da natureza — das coisas criadas.

O reconhecimento de que Deus existe, a partir da observação da natureza, não é suficiente para que o homem conheça a Deus pessoalmente; mas é suficiente para que saiba que Ele existe.

Deus se Revelou Dando ao Homem Uma Consciência

O homem possui uma consciência inata do que é certo ou errado (embora essa consciência possa ser cauterizada, ao longo da vida). Qualquer criança sabe o que é certo ou errado. Costuma-se dizer que a essência de todas as leis humanas está espelhada nos dez mandamentos. O sistema jurídico, tal como conhecemos hoje (no que tange às relações humanas) é uma herança da civilização Romana. Uma civilização pagã (politeísta, não judaica e nem cristã) desenvolveu o Direito e, mesmo sem conhecer as Escrituras, sistematizou esta ciência e arte, de modo que no seu cerne estão os dez mandamentos. Por isso Paulo diz:

“Quando, pois, os gentios, que não têm a Lei, fazem, por natureza, as coisas da Lei, estes, mesmo não tendo a Lei, são lei para si mesmos. Os quais mostram a obra da Lei gravada em seus corações, co-testemunhando a sua consciência e os seus pensamentos, acusando-os ou também defendendo-os.” (Romanos 2:14-15. Trad. Literal-interlinear SBB)

Todos os homens e mulheres nascem com um discernimento entre o certo e o errado e com uma sensibilidade contra o mal. Basta ver como as criancinhas reagem negativamente quando expostas visualmente à violência ou à perversão. Ao longo da vida humana, esse discernimento e essa sensibilidade diminuem naturalmente, por influência de um conjunto de fatores internos (natureza humana pecaminosa) e externos (o ambiente e os seres espirituais malignos). Alguns chegam a perder quase que completamente os referenciais, como Pilatos, que perguntou “o que é a verdade?” (João 18:31). A consciência humana pode ficar cauterizada, mas nunca desaparecerá completamente, da mente humana. É uma lei, “gravada nos corações”.

Deus se revelou a nós por meio da natureza e de nossa consciência. Ninguém poderá apresentar diante de Deus a desculpa de que não sabia que ele existe; contudo, Deus não parou aí. Ele sabia que essas duas formas de revelação não seriam suficientes para que nós pudéssemos conhecê-lo. Ele completou a sua revelação com Teofanias, com as Escrituras – A Revelação Escrita – e com sua encarnação, na pessoa de Jesus Cristo.

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Perguntas para reflexão e discussão em grupo:

  • Quais são algumas das idéias sobre Deus, formuladas por outras religiões fora do Cristianismo ou pela Filosofia? Por que o homem desenvolveu várias idéias sobre a divindade?
  • Até que nível a natureza e a consciência inata permitem o conhecimento (ou reconhecimento) de Deus?
  • Muitos ateus são capazes de realizar boas ações e de condenar más ações de outros. Por que você acha que isto acontece?
  • Tente relacionar (escrever) alguns fatores internos e externos da vida moderna que contribuem para a cauterização da consciência e para a redução de sensibilidade ao mal.

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